O Corcovado é da Floresta

Movimento O Corcovado é da Floresta (O Eco)

A queda de braço entre o ICMBio e a igreja católica pelo domínio do Alto Corcovado – e nele, o Cristo Redentor – continua. Neste domingo (30) foi lançado o movimento “O Corcovado é da floresta”, organizado pela sociedade civil, em apoio à gestão do Parque Nacional da Tijuca e contra os projetos de lei que buscam desafetar e transferir a área para Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, órgão responsável por templos católicos da cidade, inclusive a pequena capela aos pés da estátua. O grupo lançou um abaixo-assinado online e uma página nas redes sociais para divulgar a mobilização. O texto da moção destaca a importância da visitação no Corcovado como fonte de receita para o parque e para o próprio ICMBio, órgão federal responsável pela gestão das UCs no país.  A Tijuca é o parque nacional mais visitado do país, com 4,4 milhões de visitantes registrados em 2023, sendo mais da metade deles no setor da Serra da Carioca, onde está o Corcovado. “A proposta de desafetar essa área e transferi-la para a Arquidiocese representa um risco grave não apenas para a floresta, mas também para a qualidade de vida dos cariocas e para o futuro do nosso patrimônio natural e histórico. A mudança de domínio pode comprometer a gestão ambiental, enfraquecendo o controle sobre atividades que poderiam prejudicar o ecossistema local e a experiência dos visitantes, como o descontrole de infraestruturas e normas, o aumento do impacto de eventos e a interrupção da arrecadação de  66 milhões de reais ao ano para o órgão federal”, alerta o texto da moção que acompanha o abaixo-assinado. A desafetação de uma área protegida em prol de uma entidade privada pode abrir ainda um precedente perigoso para outras unidades de conservação, ressalta o texto.  Atualmente, duas propostas tramitam no legislativo sobre o tema. O projeto de lei n° 3.490/2024, apresentado no Senado, em setembro do ano passado, pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Romário (PL-RJ) e Carlos Portinho (PL-RJ), que “exclui a área do Alto Corcovado dos limites do Parque Nacional da Tijuca”, o equivalente a 6.771,73 m². Da base do governo vem a outra proposta, apresentada em agosto passado pelo então deputado federal e atual prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT-RJ). Em seu texto, o projeto de lei nº 3.208/2024 transfere a área do monumento do Cristo Redentor para a Mitra Arquiepiscopal Do Rio De Janeiro. Moção do IPHAN Na última semana, o conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) também se manifestou em defesa da gestão do ICMBio e contra a proposta de desafetação do Alto Corcovado. “Trata-se de um sítio tombado nas três esferas de governo e reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO, cuja proteção exige gestão integrada e investimento contínuo do Estado. A tentativa de exclusão da área da unidade de conservação compromete não apenas sua integridade ecológica e paisagística, mas também sua função histórica, cultural e turística”, destaca trecho da moção, assinada por 16 conselheiros, a que teve acesso ((o))eco. Por Duda Menegassi Fonte

Diário do Rio de Janeiro. O Cristo, o parque e os falsos argumentos

Tempos nebulosos na Floresta da Tijuca. Avança no Senado Federal um projeto de lei que retira o Alto Corcovado do Parque Nacional da Tijuca, unidade de conservação mais famosa do país, e gerida pela União há 64 anos. Um erro, que tenta ganhas adesões públicas com justificativa sem base na realidade. O que está em jogo, todos sabemos, são os dividendos auferidos pela mundialmente famosa estátua do Redentor. A Igreja Católica, via Mitra Arquiepiscopal do Rio, entidade de direto privado, quer ficar com todas as fatias desse robusto bolo. O caminho, é evidente, passa por parcerias, ajustes de gestão e conversa. Jamais por rompimento. “Não podemos aceitar que o ícone brasileiro de maior reconhecimento internacional permaneça em situação de precariedade e má gestão”, detona o texto do senador Carlos Portinho (PL), que continua: “Ao mesmo tempo, é inadmissível que a Igreja Católica, historicamente responsável pela construção do monumento ao Cristo Redentor (…) seja alijada de sua administração e até mesmo impedida de acessar o santuário”. Ora, a Igreja Católica jamais foi impedida de acessar o santuário. Ao contrário, tem extrema liberdade para fazer diversos eventos e cerimônias no Corcovado. Mas é preciso entender que a estátua está localizada numa unidade de conservação de proteção integral, e isso implica alguns cuidados. O Alto Corcovado não pode, em nome de uma fé, se tornar um lounge privado, no qual celebridades fazem festas particulares ou patrocinadoras fincam banners de propaganda a toque de caixa. Ganho pra uns, prejuízo para o coletivo: sem o Corcovado, o Parque da Tijuca perde receitas e fica capenga. Hoje, cada morador ou turista que usa o trenzinho do Corcovado, que liga o bairro do Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, paga R$ 128 (preço cheio). Do total, R$ 70 vão para a concessionária Trem do Corcovado, R$ 52 são destinados ao Instituto Chico Mendes (ICMBio), que faz a gestão da unidade, e R$ 6 vão para a Mitra. Justa ou não, a divisão garante um pedaço das receitas para todos os atores. Há uma governança. E não menos importante: desde dezembro de 2024, metade desses R$ 52 reais endereçados ao ICMBio estão sendo aplicados diretamente em melhorias no parque. Antes, tudo ia para um caixa único da União. É preciso melhorar a gestão? É evidente. São muitos os problemas de infraestrutura e descuidos com o patrimônio. O Parque Nacional da Tijuca, com seus quase 4 mil hectares e mais de 4,6 milhões de visitantes por ano, exprime as dores, alegrias e complexidades de uma metrópole desigual e violenta. Exprime, inclusive, a miríade de fés do povo carioca. Há espaços onde são realizados cultos neopentecostais, cerimônias de religiões de matrizes africanas, eventos de quem professa a fé budista. O Cristo, assumido pela Igreja Católica, abre brecha para cada adepto de outra religião reivindicar um espaço para realizar suas expressões de fé. Um contrassenso. O Cristo é do parque. E precisa continuar sendo. PorEmanuel Alencar Fonte

Sucesso Contra Caçadores no Parque Nacional da Tijuca

Parque Nacional da Tijuca BRA “Uma operação conjunta de inteligência do @icmbio , da policiafederal , do Comando de Polícia Ambiental (@cpam_pmerj ) e do 6º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), da Polícia Civil e da CIVITAS (Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio a Segurança Pública), da Prefeitura do Rio, resultou, hoje, na prisão de um casal que caçava animais silvestres dentro do @parquenacionaldatijuca . Assista a esse vídeo e saiba mais sobre o trabalho de inteligência que levou a prisão desses criminosos. Lembrando: ligue para 2253-1177 e denuncie crimes ambientais! #parquenacionaldatijuca #florestadatijuca #mataatlantica #faunabrasileira” Fonte: https://www.instagram.com/reel/DJvJUvbJk8B/?igsh=MWljNHJ0OWpqZXZodg